terça-feira, 13 de abril de 2010

Aviso: não me venham dizer que Filosofia é caca! (3)

Comecei ontem e não consegui parar. Já o tinha em casa. Já o tinha lido. Apeteceu-me. Mentira. Não me apeteceu nada. Tenho é de fazer um trabalho acerca do dito cujo, mas... Se na primeira vez que o li achei-o puramente fascinante, agora... Já nem sei o que hei-de dizer acerca dele, ainda para mais quando termina desta forma tão... Enfim, leiam:

"Perante um candeeiro, diz:
«É um candeeiro, é O candeeiro» E basta.
Esta rápida constatação ilumina o pintor. O candeeiro. No papel, irá existir com ingénua nudez.
Que respeito pelos objectos. Cada um tem beleza própria porque é «único», possui o insubstituível.
Mas não se trata de arte social, a arte de Giacometti, só por ele estabelecer laços sociais entre objectos - o homem e as suas secreções -, será antes uma arte de vagabundos superiores, a tal ponto puros que apenas o reconhecimento da solidão de cada ser e de cada objecto uniria. «Estou só, parece dizer-nos o objecto, cativo de uma necessidade contra a qual nada podeis. Se não fosse o que sou, seria indestrutível. Sendo o que sou, e sem reservas, a minha solidão reconhece a vossa.»"

Jean Genet, O estúdio de Alberto Geacometti.

(o outro excerto encontra-se aqui)

Sem comentários: