sexta-feira, 23 de abril de 2010

E eis que o passado bate à porta

Deitei-me na cama de barriga para cima e durante muito tempo olhei para a brancura do meu tecto. Ou se calhar, só olhei o tempo suficiente para que ele, o pequeno gafanhoto, me ligasse:

«Como estás?»
«Bem... Mais ou menos...»
«Amélie... Como estás?»
«Percebes agora porque digo sempre que o pior não foi ele, mas ela?»

Mas já passaram cinco anos, por isso, talvez agora que contei tudo de uma só vez sem tentar proteger-me de certas recordações... Talvez agora consiga, por fim matá-lo e enterrá-lo.

Sem comentários: